Contribuições sobre o processo formativo de profissionais da psicologia para a prática de plantão psicológico em delegacias de defesa da mulher

Autores

DOI:

https://doi.org/10.56183/iberoeds.v3i1.589

Resumo

Este artigo tem o objetivo de refletir sobre a capacitação de psicólogos para atuação em delegacias especializadas de atendimento à mulher. A violência doméstica e familiar contra a mulher é uma das formas de violência que têm raízes culturais e que foram, por várias gerações, normalizadas. Mudanças nas leis e a notoriedade que o assunto ganhou nas últimas décadas denotam que estamos vivendo um processo de desconstrução de uma estrutura social que colocava a mulher em posição de inferioridade e que, em certa medida, ainda é colocada em discursos do senso comum. A capacitação de profissionais para atuação neste campo requer o uso de estratégias que favoreçam, para além dos conhecimentos técnicos, revisão de concepções historicamente repassadas. O texto foi organizado em quatro partes, iniciando com uma contextualização sobre o tema violência doméstica e familiar contra a mulher, seguida de uma exposição sobre as políticas públicas até aqui construídas no Brasil para o enfrentamento desta problemática e, na sequência, resultados e reflexões sobre atendimentos de plantão psicológico em delegacias de defesa da mulher, realizados por alunos do último ano de graduação de um curso de Psicologia de município do interior do Estado de São Paulo, orientados pelas autoras, sob a estratégia de supervisão grupal.

Biografia do Autor

Carla Pontes Donnamaria, Universidade Paulista (UNIP), Campinas - Brasil

Psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia (PUC-CAMPINAS).

Docente na Universidade Paulista/UNIP/Campinas/SP/Brasil, desde 2018.

Psicóloga do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Maria Amália do Val Simoni, Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) – Brasil

Psicóloga, Especialista em Psicologia Jurídica.

Docente da Universidade Paulista UNIP/Campinas/Brasil, de 2008 a 2021.

Psicóloga do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Psicóloga Clínica, Terapeuta de Família e Casais.

Referências

AMARIJO, Cristiane Lopes et al . Relações de poder nas situações de violência doméstica contra a mulher: tendência dos estudos. Rev Cuid, Bucaramanga, v. 11, n.2,Aug. 2020. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2216- 09732020000200403&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 12 out. 2022.

BRASIL, Lei Nº 4.121, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre a situação jurídica da mulher casada. Brasília, DF: Presidência da República, [2017]. Disponível em: http:// http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l4121.htm. Acesso em: 12 de jan. de 2023.

BRASIL, Lei nº. 11.340, de 7 de agosto de 2006, (Lei Maria da Penha).

FERNANDES, B. S. (2000). Como trabalho com grupo de reflexão. Revista da SPAGESP, 1(1), 77-82. Recuperado em 14 de janeiro de 2023, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702000000100011&lng=pt&tlng=pt.

KRUG, E.G. et al. World report on violence and health Geneva: World Health Organization, 2002.

MAHFOUD, M. Introdução. Frutos maduros do Plantão Psicológico. In: MAHFOUD, M. (Org.). Plantão psicológico: novos horizontes. São Paulo: Editora CI, 2004. p. 11-14.

MORGADO, R. Mulheres em situação de violência doméstica: Limites e possibilidades de enfrentamento. In: GONÇALVES, H.S.; BRANDÃO, E.P. Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: Nau, 2011, pp. 253-282.

MORATO, H. T. P. Serviço de Aconselhamento Psicológico do IPUSP: aprendizagem significativa em ação. In: ROSENBERG, R. L. (Org.). Aconselhamento psicológico centrado na pessoa. São Paulo: EPU, 1987. p. 75-83.

RAMOS-TORRES, C.; VIEIRA, D.; JACOBOVSKI, R. Estrutura institucional na avaliação e monitoramento de políticas públicas: uma análise nos países do mercosul. Revista Brasileira de Administração Científica, v. 12, n. 2, p. 232-245. http://dx.doi.org/10.6008/cbpc2179-684x.2021.002.0019

REYES OLIVO, M.; MENDEZ SOTO, R. .; GALLEGOS CUÉLLAR, N. El lado más oscuro de la pandemia en Perú: la violencia contra la mujer, niños, niñas y adolescentes. Sapienza: International Journal of Interdisciplinary Studies, São Paulo, Brasil, v. 2, n. 3, p. 45–63, 2021. https://doi.org/10.51798/sijis.v2i3.116.

SECRETARIA da Justiça e Cidadania do Governo do Estado de São Paulo. Cartilha de enfrentamento da violência contra a mulher. Coordenação de políticas públicas para a mulher. Governo do Estado de São Paulo, 2022.

SEI, M. B., & FRANCO, R. da S. (2017). Supervisão Grupal de Estágio em Psicologia Clínica: Revisão da Literatura. Psicologia Ensino & Formação, 8(2), 75-84. https://dx.doi.org/10.21826/2179-58002017815847

SILVA, L. L., COELHO, E. B. S. & CAPONI, S. N. C. (2007). Violência silenciosa: violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface - Comunic., Saúde, Educ., 11(21), 93-103.

SILVA, M. A., Neto, G. H. F. & FILHO, J. E. C. (2009). Maus tratos na infância de mulheres vítimas de violência. Psicologia em Estudo, 14(1), 121-127.

ZANCAN, N.; WASSERMANN, V.; LIMA, G. Q. de. A violência doméstica a partir do discurso de mulheres agredidas. Pensando fam., Porto Alegre , v. 17, n. 1, p. 63-76, jul. 2013 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2013000100007&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 12 out. 2022.

Downloads

Publicado

2022-02-13

Como Citar

Pontes Donnamaria, C., & do Val Simoni, M. A. . (2022). Contribuições sobre o processo formativo de profissionais da psicologia para a prática de plantão psicológico em delegacias de defesa da mulher. Ibero-American Journal of Education & Society Research, 3(1), 37–43. https://doi.org/10.56183/iberoeds.v3i1.589